

Descoberta de último corpo encerra resgate em mina no Chile
A operação para resgatar os cinco trabalhadores presos no interior da mina El Teniente, da estatal chilena Codelco, foi concluída neste domingo, com a descoberta do último corpo, informou a promotoria.
"Hoje encontramos, finalmente, o último trabalhador que estava desaparecido", anunciou o promotor regional de O'Higgins, Aquiles Cubillos.
Os mineradores ficaram presos na última quinta-feira, após um desabamento na mina. Com 4.500 km de galerias internas, El Teniente é a maior jazida subterrânea de cobre do mundo, de propriedade da estatal chilena Codelco, maior produtora mundial de cobre.
Na madrugada deste domingo, foram localizados os corpos de outros três mineradores, que se somaram ao encontrado na tarde de ontem. Todos estavam no mesmo local onde ocorreu um desabamento causado por um "evento sísmico" cuja origem - natural ou gerada por perfurações - é investigada.
A descoberta do último corpo encerra o trabalho de busca na mina, que envolveu mais de 100 socorristas e contou com o apoio de equipamentos remotos e drones.
O presidente Gabriel Boric visitou pelo segundo dia o local. Após a confirmação da morte dos trabalhadores, ele decretou três dias de luto oficial.
"Estamos encerrando a primeira etapa, a mais dolorosa e sentida, e começa uma outra etapa, a de esclarecer o que aconteceu", disse Boric em entrevista coletiva.
"Hoje começa uma etapa-chave, a investigação. A Codelco colaborou ativamente até agora e continuará a fazê-lo com tudo o que for necessário para esclarecer cada detalhe dessa tragédia", ressaltou em entrevista coletiva o presidente do conselho administrativo da empresa, Máximo Pacheco, que anunciou uma investigação internacional para apurar a causa do desabamento.
El Teniente produziu 356.000 toneladas do metal no ano passado, ou 6,7% de todo o cobre do Chile, o maior produtor mundial, com 5,3 milhões de toneladas por ano. A mina fica na cidade de Rancagua, a 100 km de Santiago.
As atividades em El Teniente estão suspensas desde a última sexta-feira, após uma ordem do governo para facilitar as buscas. A ministra da Mineração, Aurora Williams, disse hoje que não há um prazo para o retorno das operações: "Queremos que isso aconteça o mais rapidamente possível, mas sem afetar o rigor das investigações."
A.Pohl--NRZ