Neue Rheinischezeitung - Trump pede moderação a Israel enquanto Irã desafia EUA

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Trump pede moderação a Israel enquanto Irã desafia EUA
Trump pede moderação a Israel enquanto Irã desafia EUA / foto: © AFP/Arquivos

Trump pede moderação a Israel enquanto Irã desafia EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quinta-feira (12) que Israel não ataque o Irã, alegando que um acordo sobre o programa nuclear iraniano está "próximo", embora Teerã tenha prometido aumentar sua produção de urânio enriquecido antes da sexta rodada de negociações marcada para domingo.

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Trump reconheceu que um ataque israelense contra o Irã "poderia acontecer". Embora tenha se recusado a afirmar que seria iminente, o risco de um "conflito massivo" no Oriente Médio levou os Estados Unidos a reduzir seu pessoal diplomático na região, especialmente no Iraque.

"Estamos bastante perto de um bom acordo", disse Trump a jornalistas durante um evento na Casa Branca.

"Não quero que eles intervenham, porque acho que isso arruinaria tudo", afirmou, referindo-se a Israel.

"Eu adoraria evitar um conflito. O Irã vai ter que negociar um pouco mais duro, ou seja, terá que nos dar algumas coisas que agora não está disposto a oferecer", advertiu Trump.

Os Estados Unidos, Israel e várias potências ocidentais acusam o Irã de querer se dotar da bomba atômica, algo que Teerã nega categoricamente, alegando que seu programa é exclusivamente civil.

O enriquecimento de urânio voltou a emergir como o tema mais espinhoso das conversas com os Estados Unidos, e a tensão tem aumentado consideravelmente nas últimas horas.

O enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, tem prevista uma sexta rodada de negociações com representantes iranianos no domingo, em Omã.

Mas Teerã mostrou-se desafiador nesta quinta-feira. Segundo sua chancelaria, o chefe da organização atômica local emitiu "as ordens necessárias" para "lançar um novo centro de enriquecimento de urânio, em um local seguro".

O Irã também substituirá todas as suas centrífugas de urânio de primeira geração por aparelhos de sexta geração, no centro de enriquecimento de Fordow, ao sul de Teerã, informou o porta-voz da agência atômica iraniana, Behruz Kamalvandi.

Isso significa que "a produção de material enriquecido aumentará significativamente", declarou à televisão estatal.

– "Extremista" –

A república islâmica fez esse anúncio logo após o conselho de governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um órgão da ONU, aprovar uma resolução condenando o Irã por descumprir seus compromissos.

O diretor do programa nuclear iraniano, Mohamad Eslami, classificou a resolução como "extremista" e a atribuiu à influência de Israel.

Teerã defende a posição de que o enriquecimento de urânio "não é negociável", enquanto Washington considera essa medida como uma "linha vermelha".

Israel não demorou a pedir ao mundo que aja de forma "decisiva".

O Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido no acordo de 2015, embora ainda abaixo dos 90% necessários para fabricar uma bomba atômica.

Desde abril, Teerã e Washington realizaram cinco rodadas de negociações para tentar chegar a um acordo que reviva o pacto internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, do qual Trump se retirou em 2018, durante seu primeiro mandato presidencial.

– Irã ameaça –

Como parte da pressão, na quarta-feira o Irã avisou que atacaria bases americanas no Oriente Médio caso as negociações fracassassem.

Horas depois, Trump confirmou a retirada de parte do pessoal dos EUA da região porque "poderia ser um lugar perigoso" nos próximos dias.

Em 31 de maio, após a quinta rodada de conversas, o Irã afirmou ter recebido uma proposta dos Estados Unidos com "elementos" rumo a um possível acordo, embora o Ministério das Relações Exteriores tenha depois afirmado que o texto continha "ambiguidades".

Teerã acrescentou que apresentará uma contraproposta ao último rascunho de Washington, que, segundo afirma, não oferece um alívio nas sanções econômicas impostas pelo Ocidente — uma das principais exigências do Irã para a assinatura de um acordo.

G.Wagner--NRZ