Uso do Signal pelo secretário de Defesa pôs forças dos EUA em risco, diz inspetor do Pentágono
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, usou o aplicativo de mensagens Signal para discutir ataques no Iêmen, o que pôs em risco informação sensível e a segurança das tropas, informou o organismo independente de supervisão do Pentágono nesta quinta-feira (4).
"O secretário enviou informação não pública do Departamento de Defesa que identificava a quantidade e os horários de ataque de aeronaves tripuladas americanas sobre território hostil através de uma rede não aprovada e não segura", informou o gabinete do inspetor-geral em um relatório.
"O uso de um telefone celular pessoal para realizar tarefas oficiais e enviar informação não pública do Departamento de Defesa através do Signal implica o risco potencial de comprometer informação sensível do Departamento de Defesa, o que poderia causar dano ao pessoal do Departamento de Defesa e aos objetivos da missão", acrescentou.
A publicação deste relatório aumenta a pressão sobre o secretário de Guerra, novo termo utilizado por Trump.
Hegseth já havia sido criticado esta semana por seu papel nos ataques contra lanchas que Washington associa ao narcotráfico no Caribe, sobretudo após o duplo disparo contra uma embarcação no dia 2 de setembro, em que morreram 11 supostos traficantes de drogas.
O presidente americano afastou em maio o então assessor de Segurança Interna, Mike Waltz, após as revelações de um jornalista da revista The Atlantic, que foi adicionado por engano a um grupo de discussão no Signal sobre estes ataques.
A conversa continha mensagens em que Hegseth revelava o horário dos ataques algumas horas antes de ocorrerem, bem como informações sobre os equipamentos militares utilizados.
O chefe do Pentágono negou que dados comprometedores tenham sido divulgados através do Signal.
As conclusões da investigação constituem "uma exoneração TOTAL" do secretário, escreveu no X seu porta-voz na noite de quarta-feira.
"Isto demonstra o que sabíamos desde o início: nenhuma informação classificada como secreta foi compartilhada", acrescentou Sean Parnell, assegurando que "o assunto está encerrado".
E.K.Friedrich--NRZ